Entrevista - Valéria Gontijo
Hoje temos uma entrevista dada para a Revista Leroy de uma grande arquiteta daqui de Brasília e de grande renome.Reflexo da sua formação técnica, a profissional é conhecida por seu trabalho de linhas retas e cores naturais.
Nome: Valéria Gontijo
Área de expertise: arquitetura residencial e comercial; interiores
Meus trabalhos têm uma rigidez matemática, geométrica, e tenho absoluta certeza de que isso é reflexo da minha formação técnica.
Valéria Gontijo
Revista da Casa: Muitos arquitetos gostam de dizer que engenheiros não têm noção de estética. Qual seria sua resposta a eles?
Valéria Gontijo: Sou engenheira civil formada pela Universidade de Brasília, em 1989. Minha especialização foi em cálculo estrutural, mas eu nunca gostei do canteiro de obras. Sempre tive um impulso muito mais forte pela área de criação e projetos. Quanto à falta de noção estética, eu diria que a engenharia não se liga à estética; ela simplesmente prioriza a praticidade, colaborando com um rigor matemático que tem outra função para o projeto de arquitetura. É um olhar diferente sobre o espaço. Mas eu conheço inúmeros arquitetos que são extremamente detalhistas, como os engenheiros, e que se dão muito bem nos canteiros de obra. Ou seja, tudo isso é muito relativo.
RC: E por que você fez engenharia, se gostava de arquitetura?
VG: Não estudei arquitetura porque meu pai é engenheiro e sempre fui muito boa em física e matemática. Mas eu não me arrependo: a faculdade nos ensina coisas muito úteis sobre a administração do trabalho e da vida. No começo foi difícil, porque eu me sentia meio “usurpadora” do título de arquiteta. Trabalhava como designer de interiores, mas era engenheira. Hoje, com a experiência vasta em arquitetura e o retorno que obtive com meus trabalhos expostos em várias mostras, as coisas foram acontecendo. Com o tempo, assumi esse título. É bacana ver o que você imaginou se tornando realidade com a finalização dos projetos. Hoje me considero uma arquiteta de verdade.
RC: E como foi a estreia como arquiteta?
VG: No começo da carreira trabalhei com uma amiga, que é arquiteta, e ela achava que eu tinha bom gosto. De repente, ela era tão boa de canteiro de obras, que eu estava criando os projetos, e ela os estava executando. Foi quando os papéis se inverteram e eu aprendi a projetar. Meu pai achava aquilo um grande absurdo. Como no começo eu só fazia interiores, a brincadeira dele era dizer que eu tinha estudado engenharia para arrastar móveis na casa dos outros...
RC: E quais foram suas primeiras dificuldades como “arquiteta”?
VG: Eu não tenho traço de arquiteto. Minha perspectiva não é tão boa no papel, mas, na cabeça, a coisa acontece. Na verdade, eu estudaria arquitetura hoje, se tivesse tempo, mais para conhecer história da arte, os estilos, o lado mais artístico que envolve a profissão.
RC: Mas a engenharia te ajuda mesmo assim, não?
VG: Quando faço uma casa, tenho argumentos técnicos mais definidos para discutir minhas ideias. Por exemplo, posso pensar melhor sobre as posições dos banheiros, de acordo com a facilidade das instalações ou buscar soluções mais versáteis. Vejo muita coisa da engenharia no meu trabalho, principalmente no estilo mais simétrico, de volumetria reta, livre de curvas. Meus trabalhos têm uma rigidez matemática, geométrica, e tenho absoluta certeza de que isso é reflexo da minha formação técnica.
RC: Quais são os trabalhos mais importantes?
VG: O primeiro de repercussão foi a Casa Cor Brasília 1999. Era o Loft do Artista: apartamento pequeno (sala e quarto) onde coloquei madeira de demolição no piso – que na época pouquíssima gente usava -, dando ao espaço uma conotação mais ampla e aberta, com tudo muito claro, apesar de decorado com móveis rústicos mineiros. A influência é mesmo de Minas Gerais, onde nasci. Esse trabalho abriu minha primeira grande porta, que foi a Vintage. Eles me escolheram então para desenvolver uma loja-conceito.
Depois, em 2002, também em Brasília, apresentei um restaurante, com o mesmo conceito amplo, pé direito alto, em arquitetura contemporânea, com piso solário cinza que subia pela parede e um espelho d’água. Foi essa mostra que trouxe a mim a dona do Zuu, em Brasília. Mais tarde, esse restaurante também seria um dos meus grandes projetos, além de diversos outros residenciais que tenho desenvolvido.
RC: Você ainda faz interiores?
VG: Eu acho que o meu trabalho em arquitetura amadureceu muito. É o que mais faço hoje. Meu estilo, contudo, continua sendo mais contemporâneo, mas de vez em quando tenho uma ou outra casa com telhado. De qualquer forma, gosto de trabalhar com as linhas retas e as cores naturais.
Valéria Gontijo: Sou engenheira civil formada pela Universidade de Brasília, em 1989. Minha especialização foi em cálculo estrutural, mas eu nunca gostei do canteiro de obras. Sempre tive um impulso muito mais forte pela área de criação e projetos. Quanto à falta de noção estética, eu diria que a engenharia não se liga à estética; ela simplesmente prioriza a praticidade, colaborando com um rigor matemático que tem outra função para o projeto de arquitetura. É um olhar diferente sobre o espaço. Mas eu conheço inúmeros arquitetos que são extremamente detalhistas, como os engenheiros, e que se dão muito bem nos canteiros de obra. Ou seja, tudo isso é muito relativo.
RC: E por que você fez engenharia, se gostava de arquitetura?
VG: Não estudei arquitetura porque meu pai é engenheiro e sempre fui muito boa em física e matemática. Mas eu não me arrependo: a faculdade nos ensina coisas muito úteis sobre a administração do trabalho e da vida. No começo foi difícil, porque eu me sentia meio “usurpadora” do título de arquiteta. Trabalhava como designer de interiores, mas era engenheira. Hoje, com a experiência vasta em arquitetura e o retorno que obtive com meus trabalhos expostos em várias mostras, as coisas foram acontecendo. Com o tempo, assumi esse título. É bacana ver o que você imaginou se tornando realidade com a finalização dos projetos. Hoje me considero uma arquiteta de verdade.
RC: E como foi a estreia como arquiteta?
VG: No começo da carreira trabalhei com uma amiga, que é arquiteta, e ela achava que eu tinha bom gosto. De repente, ela era tão boa de canteiro de obras, que eu estava criando os projetos, e ela os estava executando. Foi quando os papéis se inverteram e eu aprendi a projetar. Meu pai achava aquilo um grande absurdo. Como no começo eu só fazia interiores, a brincadeira dele era dizer que eu tinha estudado engenharia para arrastar móveis na casa dos outros...
RC: E quais foram suas primeiras dificuldades como “arquiteta”?
VG: Eu não tenho traço de arquiteto. Minha perspectiva não é tão boa no papel, mas, na cabeça, a coisa acontece. Na verdade, eu estudaria arquitetura hoje, se tivesse tempo, mais para conhecer história da arte, os estilos, o lado mais artístico que envolve a profissão.
RC: Mas a engenharia te ajuda mesmo assim, não?
VG: Quando faço uma casa, tenho argumentos técnicos mais definidos para discutir minhas ideias. Por exemplo, posso pensar melhor sobre as posições dos banheiros, de acordo com a facilidade das instalações ou buscar soluções mais versáteis. Vejo muita coisa da engenharia no meu trabalho, principalmente no estilo mais simétrico, de volumetria reta, livre de curvas. Meus trabalhos têm uma rigidez matemática, geométrica, e tenho absoluta certeza de que isso é reflexo da minha formação técnica.
RC: Quais são os trabalhos mais importantes?
VG: O primeiro de repercussão foi a Casa Cor Brasília 1999. Era o Loft do Artista: apartamento pequeno (sala e quarto) onde coloquei madeira de demolição no piso – que na época pouquíssima gente usava -, dando ao espaço uma conotação mais ampla e aberta, com tudo muito claro, apesar de decorado com móveis rústicos mineiros. A influência é mesmo de Minas Gerais, onde nasci. Esse trabalho abriu minha primeira grande porta, que foi a Vintage. Eles me escolheram então para desenvolver uma loja-conceito.
Depois, em 2002, também em Brasília, apresentei um restaurante, com o mesmo conceito amplo, pé direito alto, em arquitetura contemporânea, com piso solário cinza que subia pela parede e um espelho d’água. Foi essa mostra que trouxe a mim a dona do Zuu, em Brasília. Mais tarde, esse restaurante também seria um dos meus grandes projetos, além de diversos outros residenciais que tenho desenvolvido.
RC: Você ainda faz interiores?
VG: Eu acho que o meu trabalho em arquitetura amadureceu muito. É o que mais faço hoje. Meu estilo, contudo, continua sendo mais contemporâneo, mas de vez em quando tenho uma ou outra casa com telhado. De qualquer forma, gosto de trabalhar com as linhas retas e as cores naturais.
Valéria Gontijo Studio de Arquitetura
www.valeriagontijo.com
Tel: (61) 3248-2824
Fonte: Revista da Casa http://www.leroymerlin.com.br
www.valeriagontijo.com
Tel: (61) 3248-2824
Fonte: Revista da Casa http://www.leroymerlin.com.br
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