Cenas parisienses

Se você bater os olhos na foto ao lado e achar que é Cartier-Bresson, tudo certo. A estética, a época e o lugar são os mesmos. Só que o flagrante do gracioso menininho correndo pelas ruas de Paris com a tradicional baguete debaixo do braço é deWilly Ronis. Um dos fotógrafos franceses mais expressivos do século 20, da mesma geração de Bresson,Lartigue e Doisneau. 

Atento à realidade, seu foco era, quase sempre, pessoas comuns do cotidiano da cidade. Dava graça ao registro da mais simples felicidade das pequenas coisas do dia a dia. Porém, não faltam cenas de momentos históricos, como greves ou desfiles da Frente Popular - sempre na inspiradora Paris.

Suas imagens têm incrível carga poética e foram diversas vezes premiadas: Medalha de Ouro na Bienal de Veneza (1957) e Grand Prix des Arts et Lettres (1979), para citar alguns exemplos. Ronis também colaborou com publicações como L`Humanité, Regards, Vie Ouvière e Vogue - tinha também um apurado olhar para moda e, sobretudo, sabia traduzir em imagens a mais charmosa feminilidade.

Nascido em Paris, em 1910, ganhou sua primeira máquina aos 16 anos e, aos 22, começou a trabalhar no pequeno estúdio de fotografia do pai. Em 1936, fez sua primeira foto profissional e não parou mais. Se você ainda não conhece, merece toda sua atenção. O livro Willy Ronis: La Vie En Passant é uma excelente aquisição. Fazer um tour virtual também é garantia de deslumbramento com o belo. Para ver e rever sempre.